Um setor mais moderno

A digitalização e a modernização administrativa foram aceleradas

A pandemia impactou quase todos os setores ou áreas de negócios em Portugal e no mundo. O setor segurador no nosso país não foi
exceção e registaram-se impactos diversos e transversais nas diferentes áreas da atividade.

O primeiro grande impacto foi “a necessidade de se recriar, pois foi exigida uma capacidade de resposta rápida, que permitisse resolver as novas necessidades dos clientes”, explica José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS). As empresas foram obrigadas a desenvolver novos modelos de operação, adaptados à realidade, para prestar um serviço adequado às famílias e às empresas, clientes e beneficiários de seguros. Ao mesmo tempo, foi necessário manter os canais de comunicação com a vasta rede de prestadores de serviços das seguradoras – mediadores, oficinas, clínicas, hospitais ou redes de assistência – e garantir as melhores condições de saúde, segurança e a motivação dos trabalhadores.

“Para atingir estes objetivos, alguns processos foram eliminados e outros, como a digitalização e a modernização administrativa, foram acelerados. Adicionalmente, os investimentos que já vinham sendo realizados em áreas como tecnologia, inovação e eficiência operacional mostraram a sua relevância e tornaram mais fácil a implementação de medidas, como por exemplo o teletrabalho, a telemedicina ou as peritagens à distância”, relembra o presidente da APS.

Queda da produção justificada pelo ramo vida

Quanto aos custos económicos desta pandemia para a indústria seguradora em Portugal, são ainda desconhecidos, não sendo possível realizar uma análise detalhada para o setor. José Galamba de Oliveira salienta inclusive que muitos seguros ainda se encontram a beneficiar do regime de moratórias no pagamento dos prémios, desconhecendo-se se, no final, os prémios vão ou não ser pagos. No entanto, e face aos dados conhecidos, é de registar “uma importante quebra na produção de seguros em 2020, quando comparado com o ano anterior”. “A queda da produção é, em grande medida, justificada pelo ramo vida. No ramo não vida, muito impactado por quebras no crescimento nos acidentes de trabalho e automóvel, terminou ainda assim com um ligeiro aumento quando comparado com 2019, muito devido ao crescimento dos seguros do ramo doença e riscos múltiplos”, informa o responsável da APS. No que diz respeito aos custos com sinistros, foi registado “um incremento dos custos superior ao verificado em 2019, em alguns ramos, nomeadamente os seguros de multirriscos, de doença, de assistência ou de crédito e uma quebra de sinistralidade no ramo automóvel”.

Fonte: Jornal de Negócios | 08 Março 2021

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